Cláusulas abusivas em contratos: como identificar e agir

Gabriel Ito

Gabriel Ito

OAB/PR 99.296

Ao firmar um contrato, é comum que as partes envolvidas concordem com várias condições. Porém, em muitos casos, algumas cláusulas podem ser prejudiciais ao consumidor, tornando o contrato desequilibrado e injusto. Essas cláusulas são conhecidas como abusivas. Mas como identificá-las e o que fazer quando isso ocorre? Vamos entender melhor sobre esse assunto.

O que são cláusulas abusivas?

Cláusulas abusivas são aquelas que impõem condições desfavoráveis e desproporcionais para uma das partes, geralmente para o consumidor, gerando um desequilíbrio nas obrigações do contrato. Essas cláusulas podem tornar o contrato injusto e violar os direitos do consumidor, sendo, por isso, passíveis de anulação ou revisão judicial.

O que a lei diz sobre isso?

O Código de Defesa do Consumidor (CDC), em seu artigo 51, traz uma lista de cláusulas que são consideradas abusivas. O CDC considera como abusiva qualquer cláusula que:

  • Coloque o consumidor em desvantagem exagerada.
  • Limite direitos básicos, como a possibilidade de recorrer à Justiça ou exigir o cumprimento das obrigações.
  • Imponha condições que, mesmo que explícitas, sejam desproporcionais ou que contrariem a boa-fé e a transparência.

Como identificar cláusulas abusivas?

  1. Verifique o equilíbrio do contrato: Se o contrato traz obrigações muito mais pesadas para uma das partes e benesses desproporcionais para a outra, pode haver cláusulas abusivas. Isso pode incluir multas excessivas, prazos injustos, ou termos que limitam os direitos do consumidor.
  2. Cláusulas que dificultam o acesso à Justiça: Um exemplo de cláusula abusiva é aquela que obriga o consumidor a abrir mão de seus direitos fundamentais, como recorrer ao Judiciário ou buscar compensações.
  3. Reclamações e práticas comuns no mercado: Se a cláusula está em desacordo com práticas do mercado ou da legislação, é sinal de que ela pode ser abusiva. Por exemplo, contratos de adesão que impõem condições unilaterais sem a negociação de ambas as partes.

Exemplo prático

Maria assinou um contrato de prestação de serviços com uma empresa de telefonia e, ao ler o contrato, percebeu que ele impunha uma multa altíssima para o cancelamento antecipado, além de permitir que a empresa alterasse os preços dos serviços sem avisos prévios. Ela procurou um advogado, que identificou que a cláusula de multa e a alteração unilateral dos preços eram abusivas e, portanto, nulas. Maria entrou em contato com a empresa e, com a ajuda do advogado, conseguiu a revisão das cláusulas e o reembolso de valores pagos indevidamente.

Conclusão

As cláusulas abusivas podem prejudicar o equilíbrio de um contrato e violar os direitos do consumidor. Por isso, é importante ler atentamente os contratos antes de assiná-los e ficar atento a condições desproporcionais ou que limitem seus direitos. Caso identifique uma cláusula abusiva, é possível buscar o auxílio de um advogado para garantir que seus direitos sejam respeitados, seja por meio de revisão ou anulação da cláusula.

Encontrou cláusulas abusivas em um contrato?
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